Chemone Ensina
Moscas
São insetos pertencentes a ordem Diptera, de hábito diurno com grande capacidade de voo. Algumas espécies possuem importância médica e veterinária, uma vez que podem veicular vários agentes patógenos que causam enfermidades parasitárias e infecciosas ao homem e aos animais.
O ciclo de vida das moscas possui quatro etapas: ovo, larva, pupa e adulto. Realizam esse ciclo em lugares ricos em matéria orgânica decompostas, úmidos e quentes. Põem em média de 80 a 120 ovos, dependendo da espécie, que darão origem as larvas. Essas larvas se transformaram em pupas, e após 3 ou 4 dias eclodem originando as moscas adultas. As fêmeas adultas são fecundadas pelos machos um ou dois dias após o seu nascimento.
As espécies de moscas de importância médica e veterinária que merecem destaque são: Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria, Dermatobia hominis, Musca domestica e a Stomoxys calcitrans.
A Chrysomya megacephala e a Chrysomya putoria conhecidas como moscas varejeiras podem ser encontrados em abatedouros, estábulos de gado leiteiro, frigoríferos, aviários, criação de suínos, lixo doméstico, feiras livres, aterros sanitários, frutos caídos e lixão a céu aberto. Possuem importância médico-sanitária pois, são vetores mecânicos de patógenos causadores de miíases, também chamadas bicheiras, primárias e secundárias no homem e animais.
A Dermatobia hominis é chamada popularmente de mosca do berne. Causa miíase cutânea que provoca perdas econômicas para os produtores pois, desvaloriza as peles dos animais, compromete a produção de leite e o ganho de peso dos bovinos.
A Musca domestica é a espécie de maior interesse sanitário, sendo apontada como veiculadora mecânica e biologia de vários agentes patogênicos ao homem e animais. O transporte desse patógenos é realizado através do corpo, patas, fezes, peças bucais e vômito. Alimentam-se de fezes, pus, excrementos de feridas, animais em decomposição. Devido aos hábitos apresentados é responsável por transportar microrganismos causadores de doenças como cólera, disenteria, mastite bovina, febre tifoide, ovos de helmintos e protozoários.
A Stomoxys calcitrans, mais conhecida como mosca dos estábulos, é responsável por sérios prejuízos na cadeia produtiva dos rebanhos nacionais. Sua picada é dolorosa e causa perda de peso e irritação nos animais.
Essa espécie se desenvolve em restos de culturas, principalmente se estiverem fermentadas por fezes de bovinos, equinos, suínos. Tem como hospedeiro preferencial os equinos, embora ataquem outros mamíferos, inclusive o homem. Habitam mourões, as paredes mais altas dos estábulos e estrebarias. São vetores de vários patógenos como a rickettsia para os bovinos, o vírus da anemia infecciosa para os equinos, o nematoide Habronema spp, responsável pela habronemose gástrica e cutânea em equídeos. Essa espécie também é considerada um dos melhores vetores para ovos do berne.